quinta-feira, maio 18, 2006
Franklin Roosevelt
O único, até hoje, eleito presidente dos Estados Unidos por quatro vezes consecutivas (1933/45), Franklim Roosevelt governou aquele País durante a Segunda Guerra Mundial, formando uma parceria e uma grande amizade com Winston Churchill. Morreu no início de seu último mandato presidencial, pouco tempo antes do término da guerra.
Churchill
"Por mais que a guerra me atraia e me fascine a mente com seu tremendo estado de coisas, que loucura torpe e barbárie repelente tudo isso é."
Autor: Winston Spencer Churchill.
Frase em carta à sua mulher.
Winston Churchill foi primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial, 1939/45, sendo considerado o herói do século XX, representando a resistência dos ingleses e o esforço de guerra dos aliados contra a Alemanha nazista de Adolf Hitler.
Como criar uma microempresa de sucesso
Nas fotos: eu, à frente do forno a lenha, como pizzaiolo; Dé e Zezinho, nossos garçons; e, em família, Sirlene, eu e Raicy (um dos meus filhos que trabalham conosco).
Com uma microempresa há dez anos, muitos me consideram um herói. Sim, um herói. Porque a microempresa sobreviveu e funciona normalmente e com sucesso.
Segundo as estatísticas do Sebrae, somente 20% as microempresas sobrevivem aos dois primeiros anos. E, dessas restantes, por volta de 80% fecham até completar cinco anos.
Já me sugeriram até escrever um livro de auto-ajuda sobre esse tema, para orientar pequenos empresários iniciantes. Por enquanto darei algumas dicas, a seguir, das principais coisas a serem observadas para sobreviver e fazer uma microempresa de sucesso.
Montar o negócio pesquisando antes a existência de procura pelo produto e possíveis novos consumidores. Prever o faturamento e as despesas. Escolher a melhor localização possível, onde tenha boa circulação de pessoas e ampla visibilidade.
Contratar os serviços de um contador para efetuar o registro na Junta Comercial, tirar o CNPJ e inscrição estadual. Só para isso.
Qualidade antes de tudo, com produtos e ingredientes de primeira linha e atendimento simpático e gentil.
Não participar de guerras de preços com concorrentes. Destaque o diferencial do seu negócio que deve sempre ser a qualidade, o bom atendimento e o conforto do local.
Tratamento especial e personalizado, procurando deixar o cliente encantado. Para isso é sempre bom que o proprietário esteja presente, conversando com todos.
Valorizar o funcionário, tratando-o sempre de maneira cortês, elogiando-o quando merecer, não só apontando seus erros, mas também os acertos. Fazer do ambiente de trabalho um local alegre, bem-humorado e de motivação. Inscrever o funcionário em cursos de especialização ou reciclagem. Dessa forma ele será um real colaborador da empresa, sentindo-se sócio do negócio.
Atender prontamente as reclamações, tomando providências imediatas para satisfazer o cliente. Às vezes é preferível perder e não obter lucro em determinada ocasião, do que perder o cliente e arriscar-se a ter prejudicada a imagem da empresa.
A propaganda é um investimento muito importante. Um simples cartão comercial de visitas, a ser distribuído entre os clientes e lugares em que se tenha parcerias, como hotéis e pousadas, já é de grande valor. E, conforme a disponibilidade de recursos, deve-se aproveitar carros de som, folhetos para distribuição, rádio e jornais da região.
Não comprar nada a crédito, nem pegar empréstimos em bancos. Comprar móveis e aparelhos à vista. Se isso não for possível, adquirir usados em boas condições (mais baratos).
Uma despesa necessária para atrair mais clientes é a filiação a cartões de crédito. Para isso também é preciso abrir uma conta-corrente de pessoa jurídica em um banco.
No início pode ser impossível encarar as despesas trabalhistas. Contratar, então, por prazo determinado, empregados informais, nunca ficando muitos meses com os mesmos funcionários, para evitar ações trabalhistas, as quais podem impossibilitar a continuidade do negócio, levando-o à falência.
Manter o estoque no mínimo possível. Prever a quantidade somente para até a próxima remessa do fornecedor, com uma pequena margem de segurança.
Para cada item do estoque, não depender exclusivamente de só um único fornecedor. Ter sempre uma alternativa para imprevistos.
Trabalhar em família: o casal e os filhos. Economiza-se em mão-de-obra e a confiança é maior.
Estar sempre atento às sugestões de clientes e funcionários, analisando-as.
Formar parcerias com outras empresas (hotéis, pousadas, agências de turismo).
Ser flexível, sem necessariamente usar com rigor normas e rotinas. Agir não só de maneira racional, mas seguir também a intuição.
Gerenciamento de Crises - I
Administração da Crise ou Administração em Tempos de Crise é uma matéria que não consta, pelo menos até agora, no currículo dos cursos de Administração de Empresas e Economia. É uma matéria que, em nossos tempos, aprende-se na prática, no dia-a-dia.
Gerenciamento de Crises - II
Lei de Murphy: “Se alguma coisa puder não dar certo, com certeza não irá dar certo”.Essa lei deve ser lembrada em todas as nossas atividades diárias.Precisamos sempre fazer um planejamento de ações em situações de catástrofe. Prever e prevenir tudo o que possa acontecer de errado. Pensar em como manter sob controle as possíveis situações de emergência (catástrofes)
Arquipélago de Abrolhos
PASSEIOS E ATRAÇÕES EM ALCOBAÇA
32 km de praias tendo como centro a orla marítima da cidade, onde, freqüentemente aparecem golfinhos.
Viagem de escuna ou lancha rápida ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
PARQUE NACIONAL MARINHO DOS ABROLHOS: exuberantes formações de corais, excelente para mergulhos, onde o visitante é recepcionado por cardumes de peixes tropicais que vêm comer nas mãos do mergulhador. Local de reprodução de aves e animais marinhos. De julho a outubro são vistas, em grande número, as baleias Jubarte, vindas da Antártida.
PASSEIOS: de barco pelo rio Itanhém, Parcel das paredes, recifes de areia, recife das Timbebas e Coroa Vermelha.
Viajar
Viajar é uma das melhores e mais gostosas coisas da vida.Viajar é aproveitar a vida.Viajar é viver.Conhecer novos lugares antes nunca vistos ou voltar a lugares agradáveis já visitados antes.Viajar é sempre uma aventura excitante. Traz uma renovação mental e um enriquecimento cultural ao viajante.Viajar é uma coisa muito importante.Sou paulistano, mas estou fora de São Paulo desde 1982. Todos esses anos viajando sem parar, com uma aventura em cima de outra aventura.Já morei em Recife, Maceió e Garanhuns, no Nordeste do Brasil, ocasião em que desbravei não só muitas praias, como, também, diversos lugarejos do sertão.Santo Antônio do Jacinto, em Minas Gerais, veio depois. Está no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do País. Pobre economicamente, mas rica em calor humano. E nada melhor do que as amizades feitas em todas essas minhas andanças. Gente que eu nunca vou esquecer e muita gente que não se esquece de mim.De lá fui para Guaratinga, a poucos quilômetros do litoral Sul da Bahia. Uma região incrível. Prado, Cumuruxatiba, Caravelas, Alcobaça, Ilhéus, Porto Seguro, Sta. Cruz de Cabrália, Trancoso, Caraíva e Arraial D’Ajuda. Considero essa parte do litoral, especialmente Porto Seguro, como o verdadeiro Paraíso Tropical. Infelizmente, agora, está sendo explorada demais, com um turismo desenfreado que, geralmente, acaba com os paraísos. Morei, ainda, no Arraial D’Ajuda e, finalmente, onde estou agora: Alcobaça.Essa minha vida de cigano aconteceu na época de minha carreira no Banco do Brasil. Saí num Programa de Demissão Voluntária, em 1995, para realizar um sonho antigo: montar meu próprio negócio e morar à beira-mar, em uma cidade tranqüila. E escolhi Alcobaça, agora minha residência definitiva, o quartel-general onde planejo as viagens que continuo fazendo e as que ainda pretendo fazer.Desde pequeno, viajar, para mim, foi um hábito. Com meus pais e meus irmãos, conheci muitas cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Sul de Minas, Paraná, Sta. Catarina e Rio Grande do Sul.Depois, viajar tornou-se um vício e, hoje, é uma doença crônica. E não há doença mais saborosa que esta.Espero que minha vida seja suficiente para que eu consiga arrumar tempo e dinheiro para viajar e conhecer muitos outros lugares do mundo.Quero ser um indivíduo cosmopolita. Um cidadão do mundo.
A Primeira Viagem de Avião da Sirlene
Alguns dias após Sirlene vir morar comigo, eu e ela saímos para nossa Lua de Mel.Já havia programado essa viagem com bastante antecedência e a expectativa era grande, pois seria a primeira vez que ela sairia de Sto. Antônio do Jacinto, em Minas Gerais, para um lugar mais distante de Teixeira de Freitas, na Bahia, cidade onde residiu com parentes enquanto estudava.Saímos de Sto. Antônio para Porto Seguro no fusquinha que eu tinha na época, junto com um colega do Banco, o Ivar Franco, e um vigilante, o Zé de Tula. Eles trariam meu carro de volta, pois, de Porto Seguro, seguiríamos para o Rio de Janeiro, de ônibus.Chegando ao Paraíso Tropical do Sul da Bahia, ficamos numa pousada e dispensamos o Ivar, Zé de Tula e o fusquinha.Era carnaval e nos divertimos muito. Fizemos uma excursão de escuna até Coroa Alta, um grupo de arrecifes em alto mar. E outra excursão a Trancoso.Quando seguíamos para Trancoso, atravessando de barco até Arraial d’Ajuda, cruzamos com a balsa que regularmente, de hora em hora, transporta veículos e pessoas de um lado a outro. Na balsa, de longe, vimos o Ivar, Zé de Tula e o meu fusquinha. Acenamos, mas eles não nos viram.Mais tarde, após nosso retorno das férias, fiquei sabendo que o Ivar pintou e bordou com meu carro no Arraial d’Ajuda. Chegou a dar carona a cinco integrantes de um conjunto de lambada no meio da estrada de terra e dizia: “Não tem problema. O Hermas não liga para coisas materiais. Ele é espiritualista”.De Porto Seguro fomos a Eunápolis, onde pegamos o ônibus, à noite, para o Rio de Janeiro. Lá hospedamo-nos no Hotel Luxor Continental (quatro estrelas), no Leme e, durante uma semana, mostrei a Sirlene os principais pontos turísticos da cidade, quase sempre de táxi, para evitar os constantes assaltos que já eram intensos naquele ano de 1989.Um desses dias passamos em Petrópolis onde visitamos a antiga residência de verão do imperador Dom Pedro II, hoje o Museu Imperial de Petrópolis. Vimos, também, o Palácio de Cristal, a igreja que contém a tumba da família real brasileira, a casa de Santos Dumont (muito interessante) e o antigo cassino Quitandinha.Para mim foi muito bom rever esses lugares e mais o Pão de Açúcar, o Corcovado e praias do Rio de Janeiro. Para Sirlene deve ter sido extremamente excitante. Ela não externou isso para mim na ocasião, mas para quem viaja pela primeira vez na vida, conclue-se que foi uma coisa excepcional.Sem comentar nada com ela, eu estava curioso para observar algumas coisas como: a chegada ao Rio de Janeiro, pela ponte Rio – Niterói, com a vista do Corcovado e do Pão-de-Açucar ao fundo (ela ficou interessadíssima olhando pela janela do ônibus); e a primeira vez dela em vários lugares diferentes dos que se encontra em uma pequena cidade do interior, como o hotel, bons restaurantes, shopping centers, chope na Av. Atlântica; além dos pontos turísticos.No final de nossa turnê reservei uma outra surpresa para ela: o retorno para casa, via Belo Horizonte, de avião.Por incrível que pareça, transcorreu tudo normal para Sirlene, desde a partida no Galeão até a chegada em Confins. Ela parecia uma viajante já experimentada. Apesar de meus comentários maldosos para colocar medo nela (a asa do avião está balançando; será que aquele motor parou?; as turbulências são perigosas...), Sirlene não esboçou qualquer reação. Permaneceu impassível.Somente alguns meses depois, sem querer, escutei de nosso quarto, uma conversa dela, na sala, com uma amiga, falando que ficou apavorada no avião, mas manteve-se firme para não demonstrar nada para mim, que estava querendo me divertir às custas dela.Corajosa mesmo! Para agüentar as gozações que eu fiz...!
Paris
"Quem pode deixar de amar a terra que nos ensinou seiscentas e oitenta e cinco maneiras de preparar ovos?" Thomas Moore (1779-1852), em "A Família Fudge em Paris".
Apesar de não conhecê-la, eu amo, sou apaixonado e tenho verdadeira adoração por Paris.
Paris é o berço da Civilização Ocidental. Lá foram sintetizadas, após a queda do Império Romano, as culturas da Grécia, Roma e a cultura oriental. Como o resto da Europa, Paris tem uma história de milênios.
Quando eu puder passar alguns dias lá sei que ficarei deslumbrado e aproveitarei cada minuto da estadia, talvez até sem dormir, para não perder tempo.
Os museus, monumentos e locais históricos serão minuciosamente explorados. O Louvre (e sua moderna pirâmide de cristal), a Catedral de Notre Dame, o Palácio de Versailles, o Centro Georges Pompidou, Les Halles e o Fórum de Les Halles, Place de la Concorde, Les Invalides, a Bastilha, o Arc de Triomphe e a Tour Eiffel. Île de la Cite, a Av. Champs-Elysées, Foch Avenue, Quartier Latin, La Défense e seus prédios, Montmartre........
E, é claro, os cafés, brasseries e restaurantes, com a melhor culinária do mundo e os melhores vinhos do planeta.
Degustar tudo isso é um grande sonho meu. Degustar não só os vinhos e pratos especiais da cozinha francesa e mundial, mas, também, degustar a história, a cultura e a Civilização Francesa. Tudo em grande estilo, com charme e espírito de aventura, como Ernest Hemingway, um grande amante de Paris e cujo estilo de vida admiro pelas aventuras por que passou.
Buranhém
Em 19 de outubro de 1992, eu tomava posse na agência de Guaratinga (Bahia), após passar cinco anos em Sto. Antônio do Jacinto (Minas Gerais). A distância entre as duas cidades é de 62 km. A divisa entre os dois estados é quase dentro da zona urbana de Sto. Antônio do Jacinto.Durante dois meses, a Sirlene e meus filhos ficaram lá, aguardando terminarem as aulas, para depois, então, ser feita a mudança definitiva.Em Guaratinga eu passei esses dois meses em uma pousada em frente ao Banco e, nos fins de semana ia visitá-los em Sto. Antônio.Nos cinco anos em que morei em Sto. Antônio, nunca viajei de ônibus pela estrada da Bahia. Uma estrada muito ruim, de terra, em que se demorava quase três horas para percorrer os 62 km até Guaratinga, onde começava o asfalto que levava à BR-101, Eunápolis e Porto Seguro.Sempre percorri esse trajeto de carro (carona, emprestado ou fretado). Mas, num daqueles fins de semana, resolvi economizar e ir, numa sexta-feira, de ônibus para Sto. Antônio.A tarde estava ensolarada e a perspectiva era de uma viagem tranqüila, com os inconvenientes, é claro, dos buracos, da poeira e do calor. Mas isso era normal, mesmo de carro.Para surpresa de todos os passageiros, em São João do Sul começou a chover. E, mais adiante, em Buranhém, passou a ser mais forte. O ônibus derrapou em umas duas ladeiras.Naquele lugarejo paramos e o motorista não queria prosseguir. Era perigoso demais e a responsabilidade da decisão era toda dele.Apesar da insistência de todos os passageiros (eu inclusive) em arriscar, ele decidiu que não iria.Dormi no ônibus com os outros, debaixo de chuva torrencial e com falta de energia elétrica na cidade.Na manhã seguinte, a chuva pior, o motorista tomou outra decisão arrasadora para todos: não continuaria a viagem e nem voltaria para Guaratinga.Tentei alugar o único fusquinha (único veículo do lugar), porém o proprietário recusou-se a colocar seu carro na estrada com chuva.Nem burro, cavalo ou jegue eu consegui.Também não queria passar meu fim de semana em Buranhém, um lugarejo sem nada: só uma praça e pequenas ruas ao redor.E, assim, decidi ir a pé os 17 km restantes para chegar a Sto. Antônio. Contratei um garoto para carregar minha sacola e fomos embora, debaixo de forte chuva e escorregando na lama, durante pouco mais de uma hora e meia. Até que foi um bom tempo. Outros passageiros que saíram quase meia hora antes de nós, porém com malas e caixas nas costas, com mercadorias para vender na feira, foram por nós alcançados com facilidade. Apesar de, nas ladeiras, subirmos a duras penas e descermos patinando.Desse modo, cheguei em frangalhos a Sto. Antônio, todo quebrado, com o corpo dolorido e extenuado. Entretanto feliz em poder passar o sábado e domingo com minha família.Em outra ocasião, na mesma época, voltei para Guaratinga, à noite, com um motorista da prefeitura de Sto. Antônio, num Jipe, acompanhado pelo Guilherme, pelo Luiz (cunhado do Paulo, gerente da agência de Sto. Antônio) e mais um rapaz. Todos eles voltariam no dia seguinte.A viagem, debaixo de chuva, iniciou-se com um meio cavalo de pau que deixou o Jipe com o nariz a alguns centímetros de uma ribanceira. Mais adiante caímos em um mata-burro e atolamos diversas vezes.O Jipe enguiçou, dormimos na estrada e nosso café da manhã foi água de coco que apanhamos em uma fazenda. Saímos de Sto. Antônio às 19 horas de um domingo e fui chegar a Guaratinga somente às 10 horas da manhã. Mesmo assim deixei o Jipe para trás e terminei a viagem com o Adão Pezão, prefeito de Sto. Antônio, que vinha naquele dia, cedo, com seu motorista.Chegando a Guaratinga, pedi para me deixarem bem em frente à porta da pousada, pois não queria que me vissem: todo enlameado dos pés à careca que ficou marrom.O Jipe chegou mais tarde um pouco, por causa dos problemas mecânicos. O pessoal descansou e, depois, já sem chuva e com sol, retornaram a Sto. Antônio.Eu, após aquela noite difícil, sem dormir, ainda tive de enfrentar o trabalho duro do Banco numa segunda-feira.
São Paulo
Estou cansado de afirmar para amigos e parentes que jamais voltarei a morar em São Paulo.Após tantos anos acostumado com a vidinha tranqüila de cidade do interior, seria muito difícil a readaptação a um grande centro.Mas, às vezes, tenho medo de ser obrigado a morder minha língua. Porque eu adoro São Paulo. Vou para lá sempre que posso.Nessas ocasiões aproveito para fazer tudo o que é impossível fazer onde nós moramos: bons restaurantes, cinema, teatro, compras; o “capuccino” do Café do Ponto, nos shoppings Ibirapuera e Morumbi; passeios diversos; a Happy Hour no apartamento da minha mãe, onde diariamente, antes do jantar, bebericamos nosso whiskizinho importado, acompanhado de aperitivos (tira-gostos) preparados com perfeição pelo Paulo (meu padrasto); os almoços e jantares especiais, feitos pela Sylvia (minha mãe), com maestria, geralmente pratos difíceis de preparar onde moramos, pela falta dos ingredientes; as visitas dos parentes e amigos, sempre ansiosos por nos rever.Mas não é possível. Não é mais possível eu voltar a morar em São Paulo.Sempre irei até lá para visitar. Amo essa cidade. Entretanto, não para morar.Por isso, faço o possível para ter o maior conforto dentro de casa, a fim de compensar as deficiências da cidade. Mas prefiro continuar a ter uma vida tranqüila e saudável no interior. Sem, no entanto, esquecer de visitar regularmente a São Paulo do meu coração.
Rio de Peixe
Rio de Peixe
Rio de Peixe é uma região de difícil acesso, no município de Sto. Antônio do Jacinto. Didi e Nicinha, cunhado e irmã de Sirlene, têm uma fazenda lá e programamos fazer uma visita a eles, acompanhados de Da Guia (outra irmã de Sirlene) e seu marido, Gildásio. Isso foi em 1990.
A viagem teria de ser feita a cavalo, passando por dentro da fazenda do Alceu, nosso padrinho de casamento (ou de amigação).
Partimos da fazenda do seu Adelino, pai de Sirlene. E dona Lilia, sua mãe, falava para mim: “Seu Hermas, o senhor não conhece essa estrada. Eu aconselho a não ir, porque choveu ontem e deve ter muita lama.”
Eu pensei e respondi que não poderia haver estrada tão ruim que um cavalo não conseguisse passar.
Ela falou: “Então o senhor vai ver!”
Não acreditei e fomos: Sirlene, Da Guia, Gildásio e eu.
Arrependimento não tenho. Porque foi uma aventura tipo Indiana Jones.
Não havia estrada. Somente caminhos enlameados que até para uma pessoa a pé era difícil passar. Subidas e descidas íngremes e cheias de lama.
Tivemos de atravessar um rio cheio, montados, com os cavalos praticamente nadando.
Caminhos onde o espaço só dava para as patas dos cavalos e, à direita, um abismo, pronto para receber qualquer um de nós que tivesse o azar do cavalo escorregar.
Próximos já à fazenda do Didi, havia uma descida quase que vertical e enlameada. Desmontamos, pois era mais seguro, puxando os cavalos.
Comecei a caminhar ladeira abaixo e, de repente, tive de sair correndo. O meu cavalo, atrás de mim, começou a escorregar, as patas traseiras na frente, quase sentado e quase me atropelando.
Na fazenda do Didi e na do seu irmão (vizinho), João Neres, fomos descansar, descontrair e aproveitar a visita.
Pescamos muitas piabas no Rio de Peixe e admiramos muito as cachoeiras altas e impressionantes pelo ritmo do curso das águas.
Uns tempos depois, voltamos ao Rio de Peixe com o tempo seco, mas não deixamos de viver novas aventuras, por caminhos inóspitos e até fugindo de bois e vacas bravas atrás de nossos cavalos.
Eu adoro aventuras.
Pedra de Santo Antônio
Desde que cheguei a Sto. Antônio do Jacinto, em 1987, sempre tive vontade de subir a pedra enorme que cobre a parte Norte da cidade.
Num fim-de-semana, Sirlene e eu resolvemos subi-la. Não foi uma escalação, pois havia caminhos para subir. Mas caminhos de dar um medo muito grande de tão inseguros.
Em alguns pontos tive de puxar Sirlene pelas mãos e pelos braços.
Mas, lá em cima, uma vista deslumbrante.
Tiramos várias fotos das cadeias de montanhas para o lado da Bahia, da vista da pequena cidade e dos caminhos para o lado de Minas Gerais. A visão era impressionante. Valeu a pena o esforço da subida.
John Fitzgerald Kennedy
John Kennedy
John Kennedy - Introdução I
Até hoje ainda me lembro do dia em que John Kennedy foi assassinado.
Eu tinha 10 anos de idade.
Era e sempre fui um admirador de Kennedy e sua morte deixou-me chocado e consternado.
A seguir transcrevo uma matéria publicada sobre ele na revista “História Viva”.
John Kennedy - Introdução II
Edição Nº 22 - agosto de 2005
Kennedy inventa Kennedy
.
Seu governo foi efêmero, mas a lenda permanece, apesar das múltiplas biografias que desancam o personagem. Sua vida é cercada de uma aura que ele soube construir na mídia, que lhe garantiu a imagem de homem mais popular dos Estados Unidos.
por André Kaspi
O paradoxo é surpreendente. John Fitzgerald Kennedy se tornou presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 1961. Foi assassinado numa rua de Dallas em 22 de novembro de 1963. Exerceu a presidência durante apenas 1.036 dias. O que é muito pouco. Sem ter tido a chance de uma longa permanência no poder, como aconteceu com Franklin Roosevelt, Kennedy, entretanto, permanece na América como uma de suas personalidades mais conhecidas, celebrizadas e mitificadas.Eventos da maior importância aconteceram durante sua presidência. Por duas vezes, em abril de 1961 e outubro de 1962, Cuba e Fidel Castro ocuparam lugar de destaque na cena internacional. No curso do segundo episódio, a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética esquentou tanto que muitos temeram a explosão de uma terceira guerra mundial, coisa ainda mais assustadora porque o conflito teria oposto duas superpotências nucleares, com arsenais capazes de destruir todo o planeta. Foi também nessa época que os Estados Unidos se envolveram cada vez mais fundo no conflito vietnamita, que a desigualdade entre negros e brancos conflagrou a sociedade americana, que a condição feminina entrou nas preocupações dos políticos, que o governo federal se esforçou para estender a assistência médica dos pobres às pessoas com mais de 65 anos de idade. Seria injusto concluir que nada de importante pontilhou os dois anos e meio da presidência de Kennedy. Da mesma forma seria inexato pretender que o mundo mudou radicalmente, que Kennedy teve tempo de alterar as relações internacionais, a vida econômica e social, e a correlação de forças políticas.
John Kennedy - I
.
por André Kaspi
O tempo nada produz por acaso. Mais de 40 anos depois da tragédia de Dallas, o nome de Kennedy prossegue prestigiado. Dois terços dos americanos consideram que ele foi o presidente mais importante do século XX, tendo realizado uma tarefa extraordinária e que encarna uma América vitoriosa e segura de si. Ted Kennedy, o irmão do presidente, é senador por Massachusetts. Até morrer, sua viúva, Jacqueline Kennedy, tornada Jacqueline Onassis, perseguida pelos paparazzi e pelos jornalistas da imprensa popular, não pôde escapar da notoriedade. Kennedys disputam eleições ou apóiam seus cônjuges, como é o caso de Maria Shriver, sobrinha de John Kennedy e esposa de Arnold Schwarzenegger. A morte acidental de John Kennedy Jr., o filho do ex-presidente, comoveu profundamente tanto os americanos quanto outros povos. A explicação para isso é, a um só tempo, simples e complicada.Existe um mito Kennedy. Convém analisá-lo mais de perto e sobretudo entender suas particularidades.Kennedy jamais deixou de cuidar de sua imagem. Ele sem dúvida herdara do pai a vontade de cativar a opinião pública. E a carreira política, na qual ingressou em 1946, aos 29 anos, reforçou essa tendência. O patriarca Joseph Kennedy enviara os dois filhos mais velhos a Londres. Na Inglaterra, eles assistiram às aulas de Harold Lasky na London School of Economics, para adquirir indispensáveis conhecimentos e para ostentar a filiação a um dos mais brilhantes economistas da época.Depois que John redigiu sua tese de doutorado, um jornalista experimentado foi encarregado de reescrevê-la para que fosse publicada e apreciada pelo grande público. As proezas do jovem no Pacífico Sul, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, foram narradas em termos épicos, e o relato foi divulgado entre os eleitores.Enfim um congressman (isto é, um membro da Câmara dos Representantes) de 1947 a 1953, senador de 1953 a 1961, depois presidente dos Estados Unidos, John Kennedy manteve relações privilegiadas com os jornalistas. Ele lhes abria informações confidenciais, elogiava seu trabalho ou lhes dirigia críticas amistosas.Os fotógrafos eram igualmente adulados. Tinham acesso à intimidade da família. Os pais, os irmãos, as irmãs, as crianças proporcionavam excelentes clichês. Na propriedade familiar de Hyannis Port, ao longo do Cabo Cod, em Washington, nos confins da América ou no estrangeiro, nada era mais fácil que obter um flagrante de John, de Jacqueline, com a condição de que a fotografia tivesse a ver com o tema.Cabelos ao vento, aclamado pela multidão, brincando com o filho ou a filha, em sua lancha, no gabinete da Casa Branca, John Kennedy aparecia nos álbuns consolidando a idealização de juventude, alegria, elegância, responsabilidade.
O nascimento do cultoAlém disso, ele sabia usar admiravelmente bem a televisão, como nos debates que precederam as eleições presidenciais de novembro de 1960. Depois, persuadiu Jacqueline a receber uma equipe de televisão para mostrar os novos arranjos da Casa Branca. Todos os momentos da vida pública e a maior parte dos instantes da vida privada construíram a imagem de um homem, de um líder, destinado às mais altas tarefas, decidido a conquistar o coração das multidões. Nesse sentido, Kennedy inventou o mito Kennedy.O assassínio fez nascer um verdadeiro culto. Uma moeda de meio dólar foi cunhada com a efígie de Kennedy. Ruas, avenidas, o aeroporto principal de Nova York, a base de lançamento de foguetes e naves espaciais da Flórida, escolas e colégios, monumentos foram batizados com seu nome. A América e o "mundo livre" renderam homenagens ao presidente-mártir. Ele se transformou em símbolo da razão, da democracia, do diálogo e do dinamismo abatidos pelas forças do mal. Elevou-se acima de seu tempo, reunindo todas as qualidades da América, ascendendo ao papel de herói. Os contemporâneos ficaram aterrados, questionando como um homem com tal têmpera, um espírito superior, pôde ser vítima do caos, da violência e da intolerância. Ao mesmo tempo, refletiam sobre a espécie de mundo em que todos viviam e o que deveria ser feito para combater os impulsos diabólicos ou, ainda, quais os meios para salvaguardar uma herança tão preciosa. Os primeiros testemunhos da história da presidência contribuíram para esculpir a estátua. A lenda, assim, ganhou corpo.No próprio coração da lenda, a oposição entre sua juventude e sua morte. Apareceu então uma família unida. Os pais eram descendentes da imigração irlandesa, que foi, durante décadas, vítima de discriminação. Tiveram quatro filhos e cinco filhas. Os meninos eram felizes. Aproveitaram-se com inteligência e determinação da fortuna familiar. Mas a infelicidade andava à espreita. Uma das moças era deficiente mental; outra morreu num acidente de avião. O filho mais velho, em 1944, foi morto enquanto comandava um bombardeiro. John foi encarregado de levar em frente as esperanças do clã. Ele pertencia à nova geração, aquela que fizera a guerra e servira o país. Com a ajuda da família, superou os obstáculos, foi eleito e reeleito em cargos representativos. Entrou para a Casa Branca, pregou o diálogo, exaltou as virtudes de seus concidadãos. Em torno dele, os amigos, os seguidores, os conselheiros constituíram uma espécie de corte do rei Artur, o da legendária Camelot. Eles fizeram de seu tempo um fugaz momento iluminado. Com o presidente Dwight Eisenhower, a tristeza prevalecia. Com Kennedy, a inteligência, a euforia e a beleza triunfaram.
John Kennedy - II
Raio sobre o planetaMas que não haja engano! Kennedy acreditava na sua boa estrela e, ao mesmo tempo, tinha senso de humor. Ele sabia também como recolocar as coisas em seu devido lugar. Um dia, um jornalista lhe perguntou: "Como você se tornou herói durante a guerra?". A resposta: "Por acaso. Atingiram meu barco". Nada nem ninguém merece ser levado exageradamente a sério. Ora, de repente, um raio caiu sobre o planeta. Era a morte uma vez mais. Resultou de um ato odioso. Os policiais prenderam Lee Harvey Oswald, o suposto assassino. Em 24 de novembro, 48 horas depois do homicídio, o matador também foi assassinado diante das câmeras de televisão. E o mistério tornou-se ainda mais denso. Os boatos mais estapafúrdios começaram a circular. Interpretações, racionais ou fantasiosas, foram levantadas e em seguida descartadas. Quanto mais o tempo passava, mais impossível tornava-se descobrir a verdade indiscutível. Em 5 de junho de 1968, durante as primárias democratas da Califórnia, seu irmão Robert Kennedy também foi abatido. Uma vez mais os Kennedy foram colocados no meio de uma tragédia, tanto mais traumatizante porque ocorreu no meio do sucesso, no momento em que menos se esperava.John Kennedy lançou o combate à pobreza, apoiou o movimento dos direitos civis em favor da igualdade de negros e brancos, propôs novas medidas de amparo social. Colocou a América em movimento. Mas não concluiu sua obra. Por isso, o mito compreende um segundo elemento: se tivesse terminado seu primeiro mandato e obtido um segundo, Kennedy poderia ter mudado os Estados Unidos e o mundo. Ele soube conduzir a crise dos mísseis, em outubro de 1962, que o fez entrar em confronto com os soviéticos.Após o grande espetáculo do enterro começou o tempo das investigações. Mas além das buscas policiais, os jornalistas e historiadores trataram de desenhar o verdadeiro retrato de John Kennedy e o balanço de sua presidência. O mito perdeu brilho.Kennedy foi um homem de paz, mas nos quadros da Guerra Fria. Diz-se que ele rejeitou o diálogo com Moscou e transformou os Estados Unidos num terrível arsenal de destruição nuclear. Ele não conseguiu livrar Cuba de Fidel Castro, embora tenha tentado por todos os meios. Quanto ao Vietnã, não há como afirmar, com segurança, que ele teria evitado o envio de meio milhão de soldados. Sua vida privada foi passada a limpo. Bom filho, bom marido, bom pai, todas as versões foram examinadas. Kennedy foi descrito sob uma ótica francamente menos favorável. Suas aventuras extraconjugais (ler o quadro "Escravo da libido"), a atmosfera deletéria que reinava na família, os laços estreitos com personagens duvidosas, até da Máfia, tão logo foram descobertos, comprometeram sua boa imagem. John Kennedy não era mais o James Dean da política. A juventude deixou de ter motivos para lhe dedicar um culto fervoroso. Ele deveria sucumbir ao plano dos ídolos desconstruídos. Os historiadores, entretanto, não conseguiram destruir o mito.Ainda hoje Kennedy não se coloca no rol dos presidentes comuns, cujos nomes e épocas tempos depois caem nas brumas esquecidas do passado. Os norte-americanos continuam a admirá-lo. O juízo que fazem dele ajuda a esclarecer sua maneira de enxergar os anos 60. Naquele tempo, os Estados Unidos enfrentavam um adversário à sua altura: a União Soviética, a outra superpotência nuclear, que também tinha o poder de destruir o planeta em alguns segundos. Na época da Guerra Fria, os Estados Unidos não tinham se confrontado ainda com as rebeliões urbanas dos anos 60, as violências provocadas pela Guerra do Vietnã, o escândalo de Watergate, a complexidade quase insondável do Oriente Médio, os excessos e frustrações das reformas sociais. A prosperidade não parecia correr riscos. Em uma palavra, a América ainda acreditava no progresso. Sem temores nem inquietações de alma, ela afirmava sua moral e sua legitimidade. A memória nacional, pouco exigente com a verdade histórica, faz desse período uma época abençoada. Por meio do mito que o envolve, John Kennedy encarna a América dinâmica, forte e feliz.
John Kennedy - III
Por trás da imagem romântica ocultava-se um homem que diziam vulnerável a impulsos amorosos quase incontroláveis.
Durante cerca de 30 anos depois de seu assassinato, em novembro de 1963, John Fitzgerald Kennedy continuaria a encarnar a construída imagem do marido-modelo.
Havia o sorriso luminoso de Jackie, com quem se casara em 1953; havia John John imortalizado brincando no escritório do pai; havia ainda milhares de fotografias do tão simpático presidente. Um chefe de Estado muitas vezes captado pelas lentes com o peito nu, em simbiose perfeita com a reputação de "amante da nação americana" cultivada por numerosos biógrafos. Mas no início dos anos 1990, sob o fogo alimentado por revelações, o mito começou a vacilar. Pior, o vício logo substituiu a virtude: aos poucos passou-se a suspeitar da existência de um JFK "sex addict" (viciado em sexo), pronto para encontros furtivos, tendo como batedores os serviços secretos e sua assessoria.
Preparando-se para o debate televisivo com Richard Nixon - um momento decisivo da campanha presidencial de 1960 -, Kennedy indagou a seu assistente Langdon Marvin: "Já foram providenciadas as moças para amanhã?". O futuro presidente, uma hora e meia antes de entrar no estúdio, esteve num quarto de hotel acompanhado por uma garota de programa. Sua atuação contra Nixon foi memorável. JFK ordenou então "que nós lhe arranjássemos uma garota antes de cada debate", confidenciou Langdon Marvin. Diante dessas revelações, os guardiões do templo do clã Kennedy irritaram-se, atribuindo-as à inveja ou ao sensacionalismo. Mas, no que diz respeito ao lado íntimo, este outro Kennedy passou a prevalecer, trocando a imagem do delicado don-juan pela de um verdadeiro desregrado sexual. Nem mesmo a beleza de Marilyn Monroe eclipsou as estrelazinhas, as call-girls (ou simples prostitutas) e as damas da sociedade, para quem JFK se entregava de bom grado.
Kennedy, na maior parte do tempo, sequer tomava precauções para dissimular as exigências de sua libido. Os conselheiros da Casa Branca chegaram a habituar-se com as portas trancadas e a proibição formal de incomodá-lo durante dez minutos.
Mesmo durante suas viagens, ele obrigava os guarda-costas a inúmeros artifícios para disfarçar suas investidas. Em seu livro A face oculta do clã Kennedy, Seymour Hersch enfatiza que Kennedy "na vida privada dedicava-se quase diariamente a uma libertinagem desenfreada, a ponto de chocar os agentes do serviço secreto. O número de suas parceiras de cama, assim como sua indiferença em relação aos riscos, só cresceu ao longo do mandato". Ele nunca foi molestado, porque à época a pressão dos meios de comunicação era menor. Há quem diga que teve muita sorte, pois o presidente muitas vezes flertava com a inconsciência. Em 1963, foi fotografado em companhia de uma mulher íntima de um diplomata soviético de alto escalão. Ao contrário desta, suas aventuras com Judith Campbell ou ainda Alicia Darr passariam quase à posteridade.
A primeira, que foi também esposa do gângster Sam Giancana, de Chicago, contou como Kennedy e o mafioso se encontraram em 21 de abril de 1961, uma semana após o desastre da baía dos Porcos. Do menu de sua entrevista constaram planos para assassinar Fidel Castro, uma idéia já confiada pela CIA a malfeitores experientes. As lembranças de Judith Campbell trazem para a luz do dia os conluios do clã Kennedy com a Máfia. Tachada de mitômana pelos acólitos de JFK, Judith Campbell calaria seus detratores ao revelar os números dos telefones secretos para os quais ligava a fim de se encontrar com o presidente. Quanto a Alicia Darr, ela causou escândalo ao afirmar que o referido clã lhe teria oferecido 500 mil dólares para silenciar quanto ao fato de que JFK a teria abandonado depois de lhe ter prometido casamento.
Jackie, a esposa ultrajada do presidente, não desconhecia as torpezas do esposo. Aparentemente, ela desconhecia o primeiro casamento de Kennedy, em 1947, com Durie Malcom. Todos os documentos relativos à união haviam sumido.
Por Frédéric de Monicault, escritorTradução de Roberto Espinosa